domingo, 27 de fevereiro de 2011

Taquilalia e Taquifemia



Hoje resolvi falar sobre um assunto muito particular... é, quem me conhece já percebeu que uma das minhas peculiaridades é a fala, a fala acelerada.(risos) A princípio pode parecer apenas uma característica pessoal, mas a Taquilalia é um distúrbio da fala importante que tem tratamento. Vamos saber um pouco mais sobre ela?


FALA RÁPIDA


Blah blah blah blahblahblah blah...

Fala rápida ou falar rápido são expressões populares para os distúrbios taquilalia e taquifemia. Esses distúrbios podem se confundir com a gagueira na medida em que o aumento da taxa de elocução (velocidade de fala) geralmente aumenta o número de hesitações/disfluências na fala, ocasionando a falsa impressão de gagueira.

A taquilalia e a taquifemia também estão codificadas na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) com os caracteres F98.6. Desta forma, são cientificamente consideradas distúrbios ou transtornos de fluência.

Taquilalia

A taquilalia é caracterizada por uma taxa de articulação (velocidade de fala) elevada, suficientemente intensa para prejudicar a inteligibilidade da mensagem. Não ocorre aumento significativo no número de hesitações/disfluências comuns ou gaguejadas. Também não estão presentes outras alterações de linguagem, como dificuldades sintáticas ou dificuldades com macroestruturas textuais (discurso confuso).

Taquifemia

Assim como a taquilalia, a taquifemia é caracterizada por uma taxa de articulação (velocidade de fala) elevada, suficientemente intensa para prejudicar a inteligibilidade da mensagem. Entretanto, dois outros sintomas também são obrigatórios para o diagnóstico de taquifemia: aumento significativo no número de hesitações/disfluências comuns e pouca consciência do distúrbio de fluência. Apesar de não serem sintomas obrigatórios, costumam estar presentes na taquifemia:


- História familiar para distúrbio de fluência ou de linguagem

- Distúrbio fonológico (troca de letras na fala e/ou na escrita)

- Dificuldades de acesso lexical (dificuldade para encontrar as palavras)

- Dificuldades sintáticas

- Dificuldades com macroestruturas textuais (discurso confuso)

- Dificuldades de leitura e escrita

- Retardo no desenvolvimento de linguagem

- Retardo no desenvolvimento motor

- Desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade.

Blah blah blah blahblahblah blah...

Tratamento

O tratamento é bastante simples. A diminuição da pressão de tempo é trabalhada através de:

1) Exercícios

- Relaxamentos e alongamentos

Relaxamentos e alongamentos específicos para lábios, língua, pescoço e ombros auxiliam na percepção da sensação de urgência para falar (pressão de tempo) através do contraste de uma sensação relaxada com a sensação de urgência.

- Prática negativa
Consiste em falar palavras isoladas e frases em velocidades diferentes: rápida, média e lenta. O objetivo da prática negativa é fazer com que o paciente aprenda a perceber variações de velocidade de fala.

2) Técnicas de fala

- Diminuição da velocidade de fala

Para aprender a falar mais devagar, a pessoa com taquilalia precisa:

Perceber as variações de velocidade em sua fala e na fala de outras pessoas;

Treinar a diminuição da velocidade de fala na leitura e na fala espontânea. No início, a diminuição da velocidade de fala é voluntária, mas, com o treino, vai se tornando cada vez mais automática.

- Aumento no uso de pausas silenciosas

Se as pausas forem muito numerosas, muito freqüentes ou muito longas, a fala também vai soar pouco fluente. Por isso, o treino é organizado para que a pessoa aprenda a utilizar mais pausas na fala, mas em quantidade, freqüência e duração adequadas.


O tratamento deve ser feito com acompanhamento de um Fonoaudiólogo, profissional capacitado para intevir nos distúbios de fluência. Dependendo de cada caso, outros profissionais também poderão fazer parte do processo de tratamento da taquilalia e/ou taquifemia (Psicólogo, Neurologista, Psiquiatra).


Referências bibliográficas:

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. (2003). Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Volume 1. 10ª revisão. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.

ST. LOUIS, Kenneth O. & MYERS, Florence L. (1997). Management of cluttering and related fluency disorders. In: Curlee, Richard F. & Siegel, Gerald M. (eds). Nature and Treatment of Stuttering: New Directions. 2nd ed. Boston: Allyn and Bacon. p. 313-332.



Fonte: http://www.gagueira.org.br/home.asp



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