Brasil brasileiro

       Nas últimas semanas vimos insurgir uma massa brasileira, de todas as idades e ideologias, em prol de mais dignidade e justiça para nossa gente. Há de se fazer muitas crítica a esse movimento, é certo, mas de uma coisa eu tenho certeza: O GIGANTE AINDA NÃO ACORDOU. Mas ele sinalizou que seu "coma profundo" não é eterno, não é definitivo. Ele pode acordar a qualquer momento, e vai ser muito difícil administrá-lo. Os políticos sabem disso, sabem que seus dias de roubalheira, corrupção podem ter fim, se esse povo acorda e aprende que o país, o Brasil é deles, e não dessa minoria exploradora e oportunista que usa do poder apenas para acumular riquezas ilicitamente e deixá-las de herança aos seus filhos e netos, que assumem os postos políticos antes ocupados por seus ascendentes. É a roubalheira institucionalizada e hereditária do nosso BRASIL.
       Caminhei por entre essa massa, vi coisas que me reacenderam a chama da luta, vi outras que me fizeram pensar: "o que é que eu tô fazendo aqui?". Contudo, o saldo ainda foi positivo; o povo, os jovens, deram uma pequena demonstração de seu poder de mobilização. As redes sociais tiveram grande contribuição para isso, não temos dúvida. Há quem estivesse alí mais interessado em tirar fotos e postar no Instangran, é certo. Há quem nem soubesse o que estava fazendo ali. Mas, estávamos! Éramos/somos todos brasileiros e brasileiras aproveitando a oportunidade de dizer: "QUEREMOS MAIS DIGNIDADE PARA NOSSO PAÍS!". Quero muito acreditar que um dia teremos um governo mais justo, mais digno de seu povo. Quero e vou acreditar. Mas me preocupo muito com o oportunismo, com as manobras ideológicas partidárias camufladas de "apartidárias", que vão manipulando a massa desinformada, e apartidária tão vulnerável e carente que alguém que as lidere. Não fui a outras caminhadas depois daquela última... fiquei na espreita observando, e refletindo me deparei comigo mesma... o que eu quero? Como fazê-lo? A quem pertenço? Com o que concordo e com quem marchar? É, sou mais uma perdida, desiludida, cuja única certeza que tenho é a de que COMO TÁ, NÃO DA PRA FICAR.